domingo, 18 de janeiro de 2009

Passei!

Dos últimos textos publicados, um balanço e uma catarse. Duas conclusões: de que fiz o melhor que pude com meu ano, e de que o melhor que me resta a fazer é deixar que o tempo, senhor de todas as coisas, cuide de “dar a César o que é de César”. Dois textos em que faço uma avaliação de quem tenho sido.

Terminei meu “balanço” feliz comigo e com as coisas que realizei. Já era o suficiente para o que eu tinha me proposto. Já era demais para quem ainda está aprendendo a caminhar com as próprias pernas, e buscar suas conquistas. Mas como Deus dá chuva a quem ara seu campo e semeia, colhi mais uma grande alegria; coroei mais uma caminhada com uma vitória: fui APROVADA para o vestibular da Universidade Estadual do Piauí, para o curso de jornalismo.

Ninguém pode mensurar minha alegria.

Nesse mês e meio que tive para estudar sacrifiquei encontros com amigos, saídas com o marido, e deixei de ir vê-lo tocar [coisa que adoro] muitas e muitas vezes. Inventei estratégias pra vencer o calor, a preguiça e o desânimo. Venci o meu próprio descrédito, e apostei no meio, e não no fim. Optei por curtir o processo de preparação, como se isso fosse um jogo, uma diversão. Convenci-me que adorava inglês e geografia, apaixonei-me ainda mais por literatura e história e casei-me com a língua portuguesa.

Saí do último dia de prova certa de que havia feito o meu melhor, e qualquer que fosse o resultado, eu havia cumprido o desafio que tinha me imposto. Com o resultado positivo aprendi mais uma lição: todo o esforço será abençoado, se nele colocarmos o nosso coração.

A festa foi na Praça do Calango, claro! E como uma imagem vale mais que mil palavras, como se diz por aí, cá estão as fotos:

O primeiro brinde do dia. O começo da festa, às 17 horas.

A alegria foi multiplicada por mil pela presença dessa galera. Crescemos todos juntos no centro de Teresina, mas não costumamos nos encontrar assim. Foi histórico!!

Taty, minha amiga desde os cinco anos de idade, hoje mora na Fraça. Chegou no dia anterior ao resultado, e eu pensei "não pode ser só coincidência". Ela aqui deu um sabor especial à comemoração. Sem falar que essa moleca deixa tudo muito mais divertido.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Catarse

Coisas por dizer que comprimem o peito, apertam os olhos e fundem a cuca. Todas as sensações que me são estranhas. Eu muda sou eu doente. Eu calada sou eu doente. Eu preciso desesperadamente vomitar cada palavra que me empata de transitar por aí sem calo no calcanhar. Necessito. Melhor, necessitamos - células todas do meu corpo – de uma boa dose verdades ditas.
Mas opa lá lá, dona Samara Eugênia... a verdade não é de quem diz, é de quem escuta, é de quem faz o julgamento. E moucos são os ouvidos, e viciados em ouvir o que comvém, de quem convém.
E além do mais, além, bem além de você, quem se interessa por isso? – “B-i-n-g-o!”, cara senhora. Bingo, aquele jogo onde ganha quem marca os “xis” e completa a cartela, e a senhora nunca fez disso um jogo.
Game Over para os que não jogam. Sem direito a curativo, poção mágica, anéis brilhantes e tudo o que poderia dar às coisas um rumo diferente daquele que tomou. Lamento. Muitíssimo, lamento.
Conversa minha com ela, [ela = eu mesma] que ainda tem arroubos justificáveis, mas inúteis. Não se assustem. Falo pra mim o que precisa ser dito. Digo a mim tudo o que quero dizer. Calo, escuto, elaboro, digiro... e vem o melhor: tirar de mim o que restou, depois de absorvidas as lições. Momento de E – L – I – M – I – N – A – R a dor que fica remoendo, revirando, revivendo.
Azedume não é o que sou. Dor não é o que sou. Amarga não é o que quero ser; por isso venho e faço essa catarse, na tentativa de lavar, de mim, de tirar de mim, de arrancar de mim esse “se importar” que só maltrata.
− Vã tentativa, pequena... não arrancarás de ti o que de ti é sumo, é essência. Digo em tom profético.
Diminuir a dor, sim... aposta segura; mas arrancar de ti o que há anos está enraizado, de tão bem plantado e cultivado, é enganar-se. E enganar, principalmente a ti mesma não é do teu feitio, não cabe no teu rechonchudo modelo.
E chego aqui sem "fórmula"? Sem "moral da estória"? Sem receita? Sem alívio?
Não.
Sabendo que não posso arrancar de mim, de pronto, o amor que sinto. Mas posso não cultivar a dor de vê-lo assassinado. E o que não se cultiva, fatalmente morre. Então aguardo.